DIVINA ANAtomia
De levezinho escorregou o véu,
inundando o meu olhar de luz,
vestindo a alma deste plebeu
incrédulo que teu corpo seduz...
Nascido no ântro do desejo vi
a tua anatomia divina reluzente
abraçar o prazer que eu senti
no meio do vulcão remanescente...
Te sonhando nua na minha cama,
ouvi a tua voz ecoar em surdina,
mergulhada impávida na chama
ingente que aureoleava a felina...
Amaciando o teu peito ofegante,
meus dedos te cobriam de carícias,
oferecendo à tua vulva latejante
rios das mais inefáveis delícias...
Prisioneira do medo e da sociedade,
te senti naquela hora abençoada,
quando o frémito da tua felicidade
me revelou a alma da mulher amada...
Quisera o destino cruzar um dia
os nossos caminhos neste mundo
para poder sentir a tua anatomia
ressurgir desse teu olhar profundo...
que do amor se faz mensageiro,
quando no coração bate a saudade
da paixão que o deixou prisioneiro
e o abandonou sem dó nem piedade...
Suave e levemente de mim se soltou
a dor que no meu olhar retinha
a ilusão que me faz ser quem sou,
quando te desejo e quero só minha...
Talvez penses que é puro egoísmo
te guardar no meu peito em segredo,
mas neste mundo há tanto cinismo
que de te perder tenho muito medo...
Por isso no silêncio da noite te adoro,
quando a tua pureza resplandece
e, nos teus braços perdido, imploro:
me deixe lhe amar como você merece...
...
LUD
MacMartinson
Um gesto suave
e gracioso
bastou
para desnudar
o teu pescoço
e deixar
o meu olhar
grave
em gostoso
em alvoroço...
Bendita seja a Mulher
fonte desse prazer...
Muito mais
teria a dizer,
mas o melhor
é guardar
o sentimento
essa imagem
tão terna
como alimento
para a viagem
eterna...
Para ti,
divina senhora,
escreverei
a tinta que dos meus lábios
se esvai em doces beijos
a loucura dos meus desejos...
LUD
MacMartinson
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