Olá,
este ano - de 25-10 a 03-11, voltei às minhas raízes, no coração da terra transmontana, para respirar o ar puro dos montes que me viram nascer e, sobretudo, para prestar homenagem ao meu pai que ali elegeu a sua última morada.
Nestes nove dias aproveitei para visitar, entre outras, a cidade de Mirandela e para " redescobrir " Fátima, agora, a duas horas de minha casa.
Longe vão os tempos em que eu precisava de quase um dia para la chegar. Devo confessar que, graças às novas auto-estradas abertas nos flancos das montanhas, o meu país se tornou uma aldeia, mas entristece-me ver que as " mentalidades ", portanto mais ágeis e mais maleáveis, continuam lacradas, cerradas e trancadas a sete chaves.
Humanamente, Portugal é um país adiado e sinistrado, prisioneiro de um passado demasiado pesado para quem perdeu a Fé que arrasta montanhas e não acredita mais no sonho.
É como se, gerações sucessivas, se julgassem indígnas e incapazes de perpetuar a " herança quinhentista " , preferindo " renegar " inconscientemente um legado demasiado pesado e difícil de sustentar.
Porque?
Porque, pura e simplesmente, essas gerações não se identificam com essa " gesta " ou não precisam mais de SER.
Há uma perda de valores e de identidade gritante nesta sociedade...
E mais não opino!
Entristece-me, contudo, este povo " invertebrado ", que se vai arrastando pelos meandros da " fatilidade ", à espera que um novo " milagre " aconteça e lhes permita " sobreviver " ou levar a vida na " boa-vai-ela " até que a morte se digne dar o golpe de misericórdia no suplício interior que o faz viver como um " condenado ".
É triste, mas há muito que Portugal ( e o mundo ) vegeta como um parasita no limiar da Dignidade e, cumprindo o seu triste Fado, segue sem rei nem roque, rebocado e iludido pelo consumismo egoísta sobre o qual constrói a sua desgraça.
De desígnio nacional já nem falo... porque esse a " lusitânia " o entregou de mão-beijada, como Judas, no dia em que trocou a alma e a dignidade pelos " milhões " de uma União de fachada e de conveniência que nada acrescenta à nossa essência e à nossa identidade.
Heróis transmontanos: Diogo Cão, Navegador e actor da Gesta Quintentista e Carvalho Araújo, Comandante e herói da 1ª Guerra Mundial
Não é esse povo nem um mundo assim que eu quero.
Infelizmente, e porque pouco ou nada " posso ", resta-me o dever de SER diferente, exigente e vigilante comigo mesmo.
Um abraço
Luís
Princesa do Tua: Mirandela
Lud MacMartinson - LMMP - Luxemburgo
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