Senhor juiz, acabe logo com esta farsa,
despeça os advogados e os jurados,
a minha vida não tem mais graça
decidi confessar os meus pecados
Sei que cobicei e amei o fruto proibido
e que por essa droga fui consumido;
Também é verdade que sou bruto, louco
e mesmo o amor puro me sabe a pouco
Aqui reconheço que beijos mil roubei
sem pedir licença nem consentimento
e que na loucura da paixão encontrei
da minha alma a vida e o alimento
Enfim, o réu aqui se declara culpado
e dependente do amor e da felicidade
e por isso aceita e deseja ser degredado
e do amor condenado à perpetuidade
Vá, esqueça que a clemência existe,
e que a minha inocência também,
porque a demência ousa e persiste
em fazer mal a quem me quer bem
Não sei se do amor posso ser bandido,
mas sem ele a vida não consigo viver
e neste mundo ando e me sinto perdido
por isso, por ele, estou decido a morrer
Morra eu, morram os sonhos também
e em mim seque a fonte da paixão,
se o amor me deixar sem ninguém
e a saudade dilacerar o meu coração
A perpetuidade nunca foi bastante
para quem por amor se perdeu um dia
e pelo infinito vagueando vai e, errante,
grita furibundo tamanha heresia
Senhor juiz, acabe logo com esta farsa,
e à perpetuidade me condene sem tardar,
porque a minha não tem mais graça
se de amor louco não a puder amar...
Lud MacMartinson - LMP - Luxemburgo
Um comentário:
Se tu fosses uma pessoinha comum te diria, estás no caminho.....assume tua culpa e te darão uma pena razoavél, sê fiel até o fim de seus dias e estarás absolvido......só que não és essa pessoa que se coloca em uma jaula e alimenta com sobras, queres bem mais da vida que isso, seus sonhos e desejos ultrapassam os limites de seu condado e se expandem para muito além do imaginado, vais morrer de pura falta amor, quando o que mais tens para ofereçer é justamente isso.....amor....amor...amor...como a vida é injusta....
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