Et si tu n'éxistais pas - Joe Dassin

Lover Why

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Retrato Virtual de uma Vida Real...



Retrato Virtual de uma Vida Real !!!




Um dia cruzei, por acaso um olhar que, do fundo do silêncio, me gritou este desabafo:


" Encontro-me na esquina da vida, como sempre estive! Sinto que nasci por capricho e para orgulho dos outros, uma espécie de brinquedo, uma " caniche " de estimação, de raça, para causar inveja aos menos afortunados.

À força de me dizerem que era linda, bela, achei-me feia! Quem tudo me quis dar, tudo me fez perder, porque se esqueceram que a minha vida só a mim a competia viver!

Casei tarde, mas não vivi a vida e muito menos o amor, que sempre foi muito retórico e platónico no meu corpo, porque aquele que o meu espírito sonhava e vivia nunca passou de uma ilusão que só amargura e frustração deixou no meu coração apaixonado.

Nasci fonte, mas as convenções e as exigências sociais tornaram-me poça de futilidades, que não eram minhas. Os orgulhos dos outros transformaram-me numa lixeira de vaidades.

Depois, o amor que tive que escolher nunca foi igual ao que sonhei, ao que desejei e surgiram as frustrações e as desilusões que originaram depressões! E assim estoirei, como um balão que não podia aguentar mais vento, mais bafo viciado.

Sentia-me uma flor seca, que definhava a cada dia que passava. A minha vida era um deserto árido e as conquistas profissionais nunca passaram de miragens sentimentais, oásis mirrados...

Com a virtualidade quis desforrar-me de tudo e recuperar o tempo perdido, os amores falidos, mas atropelei tudo, porque me esqueci de me purificar primeiro, de exorcizar os meus pecados e os meus recalcamentos existênciais.

Agora, sinto que estou numa encruzilhada da vida e ando meio perdida entre os amores virtuais e os reais, entre a ilusão e o medo de fazer a escolha errada, de falhar novamente, porque eu sei que, desta vez, não posso falhar: seria traumatizante, fatal! Porque tenho que escolher?

Já provei que posso fazer e assumir as minhas escolhas, de comandar a minha vida, porque agora penso já sei dizer não! Mas...
duvido, hesito, receio não ter força bastante para aguentar a pressão do peito, das minhas entranhas e da sociedade!

Sinto-me frágil e sei que precisava de um anjo, um guerreiro para guiar e proteger, mas isso eu não posso ter, porque sou eu que tenho que viver a minha vida, com todas alegrias e tristezas!

Pedi e exerci a Liberdade, fugi da gaiola, mas cá fora sinto que só estou bem lá dentro! Acho que nunca fui e nem serei realmente livre e completamente feliz. No fundo, eu já me habituei ao meu mundo viciado... e nunca me desliguei e libertei do passado!

E porque o passado está demasiado presente na minha vida, me sinto uma ave ferida, a voar à deriva, sem rumo certo e sem muito bem onde me aninhar... Ah! se alguém me pudesse ajudar !!!... Mas será que eu quero realmente ser ajudada? Acho que não e entrei num caminho de ilusão que poderá desembocar na minha perdição..."

LUDwig
nb: este retrato é pura ficção, fruto de uma sugestão, uma impressão, um pressentimento e qualquer semelhança será pura coincidência entre a virtualidade e a realidade, a menos que elas tenham decidido trocar de lugar enquanto escrevi este retrato e o meu olhar as tenha fisgado assim!

Lud MacMartinson - LMP - Luxembourg

2 comentários:

Cristiane disse...

não sei como nem porque cheguei até esse poema mais é como se eu estivesse lendo o relato da minha vida oque eu já vivi e oque estou vivendo agora. é realmente o meu retrato virtual da minha vida real

Lilian disse...

Menino...vc é vidente?? Minha vida esta nesse texto...me senti contida em cada palavra...cada verso...Mels Dellss...ainda solitária, mas em paz...e firme meus sonhos...tardinha gostosa, Mago!!!
Beijos