A UM SEGUNDO DA MINHA MÃO
A um segunda da minha mão
pode estender-se a eternidade
ou o perfume da paixão
que me consumirá de verdade,
quando o meu pobre coração
se afogar na dor da saudade
e o fantasma da solidão
me dilacerar sem dó nem piedade !
A um segundo da minha mão
mora a mais sublime imperatriz
cujo sorriso tem o condão
de me regenerar e deixar feliz,
mesmo quando a sofreguidão
me lança nos braços da meretriz,
enquanto este amor de eleição
pelo mundo corre tão infeliz !
A um segundo da minha mão
tenho o olhar mais puro e jocundo
e a retina onde marejo a tentação
que o meu silêncio deixa gemebundo
sempre que esta doce ilusão,
me empolando o desejo profundo,
ao metabolismo faz perder a razão
e à Esperança dizer adeus ao mundo !
Lud
MacMartinson
3 comentários:
Não diga adeus ao mundo,
porque num segundo aqui cheguei
para contemplar este poema.
A distancia é um conjunto
de tempo e esperança, eu sei
que somente sonhar é um problema.
Sair do talvez
e viver a realidade
É quimera de todo poeta.
Beijos, eu adorei!
...A sua fonte de inspiração jorra água em abundância, tal é a cadência com que nos mima, numa escrita que é indubitavelmente de grande qualidade!
Xero...amigo!
A inspiração não se decreta nem se recusa ou evita mesmo quando nos desconcerta, nos aperta o coração e nos enche de ... suprema irreverência e vitalidade, fazendo a demência roçar a inevitabilidade. Muitas musas são tão intensas e sublimes que nem se apercebem a magia que provocam no coração de que lhes sintoniza a alma... A inspiração é uma benção e um privilégio de almas puras e ingénuas, mesmo nas horas da tentação ! Bendita seja a Mulher que de mão beijada vem ser adorada... Bjs
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